terça-feira, 22 de maio de 2007

Matéria para o teste 6

12º Ano Módulo 9
Alterações geoestratégicas, tensões políticas e transformações socio-culturais no mundo actual

Tema:
permanência de focos de tensão em regiões periféricas

FICHA DE TRABALHO Nº 21

Conjunto 1
1. As missivas constantes no doc. 1 foram importantes para o processo de paz na Palestina. Uma esperança de paz surge com as negociações entre Isaac Rabin (líder israelita) e Yasser Arafat (líder da OLP) – Assinado em 1993 em Washington, o acordo estabeleceu o reconhecimento mútuo das duas partes, a renúncia da OLP à luta armada, a constituição de uma Autoridade Nacional Palestiniana e a passagem progressiva do controlo dos territórios ocupados (colonatos) para a administração palestiniana.
2. A caricatura “Kamikazes” (doc. 2) mostra que se verificou uma degradação do processo de paz palestiniano. Os kamikazes eram pilotos suicidas japoneses que actuaram na 2ª Guerra Mundial. Situação semelhante acontece com os homens/mulheres bomba que se sacrificam pela causa que defendem e se deixam explodir juntamente com os alvos de ataque. Esta caricatura representa a Palestina pronta a atacar com ataques suicidas e Israel armado com os colonatos pronto a manter a ocupação dos territórios palestinianos. Depois do assassinato de Isaac Rabin, por um fanático judeu (1995), o governo israelita recusou-se a alargar a área sob controlo palestiniano e as condições de paz foram-se degradando.
3. A situação política africana retratada no mapa (doc. 3) mostra uma minoria de países com eleições democráticas e muitas guerras e revoltas, bem como um desrespeito generalizado pelos direitos humanos.
4. Os motivos que estiveram na base dos conflitos registados na ex-Jugoslávia, na década de 90 foram sobretudo de natureza étnica/nacionalista e política dado que a Jugoslávia criada após a 1ª Guerra Mundial foi sempre uma entidade artificial que aglutinava diferentes nacionalidades, línguas e religiões. Com a morte de Tito, os nacionalismos e ressentimentos antigos emergiram numa tensão crescente. As guerras na Bósnia e no Kosovo conduzem a operações de “limpeza étnica”, no primeiro caso contra os muçulmanos e no segundo contra os albaneses.
5. Os principais focos de tensão e conflito no mundo após o fim da Guerra Fria foram na África Subsariana, na América Latina, no Médio Oriente e nos Balcãs.
- As zonas de maior conflitualidade são no Médio Oriente – conflito Israelo-Palestiniano (docs. 1 e 2), África Subsariana (doc. 3), nos Balcãs (doc. 4) e na América Latina (doc. 5).
- Os conflitos são de natureza política, étnica/nacionalista ou religiosa, agindo muitas vezes os três motivos em simultâneo.
- Evolução/ponto da situação na actualidade:
· Na América Latina ainda existem focos de tensão embora a maioria esteja hoje extinta. Existe conflito aberto com guerrilhas que se mantêm activas na Colômbia, conflitos latentes no México e Peru e fortes tensões sociais na Venezuela e na Argentina. No entanto, de um modo geral, as suas marcas perduram no dia-a-dia das suas populações, sendo territórios marcados por uma forte desigualdade social e dificuldades económicas, violência, insegurança e corrupção. A democratização dos regimes foi um passo decisivo para o fim desses conflitos.
· Na África mantêm conflitos armados em muitas regiões e as populações sofrem deportações, fome e doença, sendo a região do mundo mais pobre na actualidade (Somália, Etiópia, Ruanda.
· Nos Balcãs terminaram as guerras mas mantém-se a tensão (tropas portuguesas, por exemplo asseguram as condições de paz na região).
· No Médio Oriente o conflito mantém-se latente e está longe o dia do cessar das hostilidades entre árabes e judeus. Exemplo deste conflito foi recentemente o ataque de Israel ao Líbano. O apoio dos EUA à causa israelita agrava este conflito e o ódio dos árabes a esse país motivou ataques terroristas violentíssimos e arrastou países europeus e de outros continentes para este confronto.

A ÁFRICA SUBSARIANA

Doc. 40 - Partindo da Costa do Marfim, em que 50% da população vive com mais de 2 dólares por dia até à Nigéria onde apenas 10% da população vive com mais de 2 dólares, sendo que 70% vive com menos de 1 dólar.

Doc. 41 – A razão apontada para a diminuição da ajuda financeira à África subsariana pelos países desenvolvidos é o seu mau aproveitamento pelos receptores acusados de desviar os fundos para a compra de armas, para promover guerras e para as contas particulares de governantes corruptos. Na realidade, a razão do desinteresse pela África tem a ver com o fim da Guerra Fria, tendo as nações desenvolvidas perdido o interesse em aliciar os países africanos. Na prática é a população que sofre a falta de bens essenciais para a sua sobrevivência. Nestes países, os principais problemas são a fome, a subnutrição, a falta de água potável, a doença, a guerra, a analfabetismo…

Doc. 43 – Os conflitos armados e a fome assolam toda a África subsariana. Na maior parte do território há subnutrição crónica, extensas zonas de escassez alimentar e grandes zonas de fome nos últimos 30 anos, quando nos países desenvolvidos os nossos tempos são de abundância, excesso e desperdício em termos alimentares. Em relação aos conflitos armados desde a década de 90, localizam-se por toda a África.

Doc. 44 – A imagem representa crianças-soldados o que nos mostra que a guerra se perpétua. Desde muito novas as crianças convivem com a guerra e participam mesmo nela, por isso se torna mais difícil pôr-lhe termo.

Os males que afligem a África:
- Pobreza e fome (doc. 40)
- Subdesenvolvimento e quebra das ajudas externas/analfabetismo (doc. 41)
- Doença (sida) – peste do século XX (doc. 42)
- Conflitos armados/fomes (doc. 43)
- Anarquia e violência – o Tribalismo facilita explosões de violência, massacres e conflitos armados, muitas vezes guerra civis (doc. 44 – o exemplo da Somália e da Libéria)

A AMÉRICA LATINA

Doc. 45 – No Brasil, a elevação da dívida externa teve como efeito o aumento dos juros que obrigou a pedir outros empréstimos para pagar os anteriores bem como os respectivos juros (reescalonamento da dívida). Os efeitos foram o aumento da pobreza, falta de investimentos na saúde, educação e saneamento. O Brasil pagará uma “conta social” triste e perigosa.
- Em todos os países da América Latina presente no quadro a dívida externa aumentou entre 1977 e 2004, excepto no México onde houve uma diminuição entre 1990 e 2004. Este aumento da dívida externa deveu-se a uma política interna de subida das taxas de juro adoptada pelos EUA que inviabilizou o pagamento da dívida por todos os países em desenvolvimento.
Doc. 46 – Novos países industrializados na América Latina. O México é um desses países onde se instalaram maquiladoras, fábricas que operam em regime de subcontratação, oriundas sobretudo dos Estados Unidos.
Doc. 47 – Actuação das guerrilhas era apoiada pelas duas superpotências no período da Guerra Fria.
Doc. 48 – Apesar da maior parte das guerrilhas ter desaparecido ou integradas na vida política ainda existem alguma activas.
Doc. 49 – A Carta Democrática Interamericana em 2001 resultou da viragem democrática operada na maior parte dos países do cento e sul do continente americano e do apoio da OEA – Organização dos Estados Americanos.

O MÉDIO ORIENTE E OS BALCÃS

Doc. 50 – O Mundo Islâmico
Doc. 51 – Atenção à cronologia
Refugiados palestinianos devido aos conflitos israelo-árabes
Doc. 52 – Uma esperança de paz com as negociações entre Isaac Rabin (líder israelita) e Yasser Arafat (líder da OLP) – Assinado em 1993 em Washington, o acordo estabeleceu o reconhecimento mútuo das duas partes, a renúncia da OLP à luta armada, a constituição de uma Autoridade Nacional Palestiniana e a passagem progressiva do controlo dos territórios ocupados para a administração palestiniana.
Doc. 53 – O muro de separação na Cisjordânia foi mandado construir por Israel devido à impossibilidade de controlar a situação. Fruto da intolerância e do fanatismo, o muro foi o resultado da violência que assolou a região após o assassinato de Isaac Rabin, pois as condições da paz foram-se degradando.
Doc. 54 – O desmembramento da Jugoslávia após a morte do marechal Tito em 1980. Conflitos na Bósnia e no Kosovo
Doc. 55 – A Guerra na Bósnia
- “Limpeza étnica” consiste na eliminação de uma raça, neste caso dos muçulmanos bósnios “cerca de vinte mil mulheres e crianças muçulmanas obrigadas a partir, enquanto os sérvios empreendem o massacre organizado dos muçulmanos desarmados em idade de combater.” No Kosovo a segregação racial era contra a maioria albanesa (90% da população).
- Os Estados europeus revelam grande dificuldade em actuar no sentido de evitar uma guerra no seu próprio continente. Após impasses e hesitações uma força da OTAN sob comando americano pôs fim às hostilidades na Bósnia. No Kosovo intervém mesmo sem mandato da ONU (Depois da derrota de Milosevic, o Kosovo foi colocado sob protecção das Nações Unidas).
Doc. 56 – Na Guerra do Kosovo, mais uma vez os direitos humanos são violados, obrigando as pessoas a deixar a sua terra. A Resolução 1999/2 da Comissão dos Direitos do Homem das Nações Unidas condena esta actuação, exige o julgamento dos autores destes crimes e apela à ajuda humanitária aos refugiados do Kosovo.


12º Ano Módulo 9
Alterações geoestratégicas, tensões políticas e transformações socio-culturais no mundo actual

Tema:
A VIRAGEM PARA UMA OUTRA ERA: MUTAÇÕES SOCIOPOLÍTICAS E NOVO MODELO ECONÓMICO

O debate do Estado-Nação
O Estado-Nação significa que a cada povo corresponde uma Nação e a cada Nação um Estado
Desde a afirmação do Liberalismo e os movimentos revolucionários na Europa e na América Latina, depois no final da I Guerra Mundial, no segundo pós-guerra com os movimentos de descolonização e mais recentemente, nos anos 90 com o desmoronamento da URSS e o fim da Guerra Fria o número de Estados tem-se multiplicado.
Factores de crise do Estado-nação:
- conflitos étnicos
- nacionalismos separatistas
- valorização das diferenças e especificidades de grupos e indivíduos
- impacto da mundialização e questões transnacionais
* globalização das actividades económicas, dos media e da comunicação,
* circulação de capitais e de pessoas à escala mundial
* contactos multiculturais
* criminalidade transfronteiras e terrorismo
* grandes problemas ambientais
As soluções destes problemas não pode ser apenas da competência do Estado-Nação, sendo necessários esforços concertados de autoridades supra e transnacionais (União Europeia, FMI, Banco Mundial, OMC, OCDE, UNESCO, UNICEF, as ONG e Cimeiras Internacionais)

A explosão das realidades étnicas
Motivos:
- Antagonismos históricos, frequentemente ancestrais
- Fronteiras artificiais traçadas nos dois pós-guerras
- Desaparecimento da ideologia comunista que controlava com pulso de ferro etnias e religiões
- Reacção à uniformidade cultural imposta pela globalização
- Tensões étnicas e separatistas são despoletadas pela pobreza e marginalidade em que vivem os seus protagonistas
Os conflitos:
África Subsariana– conflitos étnicos e religiosos
Balcãs – conflitos étnicos/nacionalistas – tendências separatistas de algumas repúblicas jugoslavas
Médio Oriente – questão israelo-árabe por motivos políticos e religiosos
Região do Cáucaso – território da ex-União Soviética: os tchechenos reivindicam à Rússia a independência (actos terroristas), Geórgia luta contra os separatistas da Ossétia do Sul e da Abecácia, Azerbaijão controla a custo o enclave arménio
Ásia Central e Oriental – Afeganistão após a retirada soviética entra em guerra civil entre facções étnicas/repressão talibã – intervenção americana em 2001
Índia – lutas entre hindus e muçulmanos
Sri Lanka – hindus/budistas
Tibete – budista vive integração forçada na República Popular da China
Timor Leste – luta contra o domínio e ocupação Indonésia
- Os conflitos étnicos têm como resultados o genocídio, multidões de refugiados
- Os Estados mostram-se impotentes para controlar as redes mafiosas e terroristas que se refugiam nos seus territórios e actuam impunemente
- Invasão do Afeganistão em 2001 pelos EUA devido - Al Qaeda em solo afegão


As questões transnacionais
Migrações

· As migrações internacionais não constituem uma novidade radical do século XX. Os fluxos migratórios entre Estados são um fenómeno constante nas relações internacionais. O que é verdadeiramente novo na actualidade é a amplitude e intensidade dos fluxos migratórios.
· Os grandes movimentos migratórios que marcam a transição do milénio apresentam algumas particularidades nas suas causas e nos seus efeitos.
· Os motivos económicos continuam a ser determinantes nas mais recentes migrações. É a fuga à miséria e a busca de emprego que está na origem dos fluxos migratórios internacionais, cuja parte mais significativa tem origem nos países pobres, menos desenvolvidos.
· Mas os motivos políticos também pesam, tendo em conta os múltiplos conflitos regionais que têm ocorrido nas últimas décadas: alguns de dimensão internacional, como a Guerra do Golfo, em 1991, outros provocados por tensões étnicas; do colapso comunista na URSS e na Europa Oriental e balcânica; das guerras civis que, no seu conjunto têm assolado o Sul e Sudoeste asiático, a África subsariana e a Europa de Leste.
· As causas que estão na origem da situação de penúria que provoca as migrações, entre outras: internacionalização da economia (estimula o desenvolvimento dos sectores exportadores e a polarização das actividades nas aglomerações urbanas, o que faz com que a mão-de-obra, privada das antigas solidariedades de vizinhança e familiares, não tenha outra alternativa senão emigrar); os programas de reajustamento estrutural das economias (negociados pelos organismos internacionais que obrigam os países em situação grave financeira à adopção de políticas económicas restritivas, com elevados custos sociais, nomeadamente o desemprego); o crescimento da população, as guerras, perseguições políticas, conflitos raciais, intolerância, discriminação ou até razões de natureza pessoal e familiar.
· Os impactos económicos, socioculturais e políticos deste fenómeno têm levado os países de acolhimento, em particular, os mais pressionados pelas correntes imigratórias, como os países da Europa Ocidental, os Estados Unidos e a Austrália, a gerir estes fluxos, ora estimulando-os (como aconteceu, em geral até à década de 70) ou restringindo-os através de legislação específica.
· As migrações passaram a constituir problemas complexos para os países de acolhimento. Particularmente, quando multidões de refugiados se deslocam para países vizinhos, também em dificuldades económicas, provocando frequentemente tensões e conflitos étnicos. Quando os imigrantes são encarados como concorrentes à oferta de emprego e aos benefícios sociais públicos (saúde, educação, habitação).
· Estes receios traduzem-se, frequentemente, em rejeições e reacções xenófobas.
· Os governos dos países de acolhimento procuram intervir com a publicação de medidas legislativas tendentes à legalização e à protecção de imigrantes e com a implementação de programas de promoção da interculturalidade, com o objectivo de dar a conhecer as diferentes culturas e tradições para uma mais fácil aceitação das diferenças por parte das populações dos países de acolhimento e mais fácil integração dos imigrantes.

Segurança

· É comum dizer-se que o fim da Guerra Fria, ao contrário das perspectivas iniciais, não transformou o mundo num lugar mais seguro. Pelo contrário, o mundo passou a confrontar-se com outras ameaças que fazem dele um espaço onde continua a imperar a insegurança.
· A crescente liberalização e intensificação dos fluxos de todo o tipo (económicos, financeiros, humanos e culturais) esbateram ou suprimiram as fronteiras políticas nacionais e fizeram emergir os actores transnacionais (empresas multinacionais, organizações internacionais), retirando ao Estado muita da capacidade de controlo e vigilância da vida internacional.
· Os fundamentalismos, o aumento da criminalidade organizada, a proliferação de armas de destruição maciça (nucleares, químicas e bacteriológicas), o terrorismo, os crimes ambientais, entre outras ameaças que se verificam um pouco por toda a parte, reflectem as dificuldades do presente.
· De entre os problemas e desafios identificados, um dos mais preocupantes para a segurança é o do terrorismo internacional, de muito difícil controlo pelos Estados ou organizações internacionais, por mais poderosos que sejam.
· Em primeiro lugar, porque o terrorismo não tem um território concreto, uma pátria determinada, está globalizado.
· É um terrorismo de resposta irracional que pretende provocar os maiores danos possíveis aos seus supostos inimigos, demonstrando que é possível golpear, sem grandes exércitos, o coração dos países mais desenvolvidos e poderosos.
· É um terrorismo de terror dirigido prioritariamente contra os cidadãos indefesos, para uma destruição indiscriminada, recorrendo a assassínios, atentados, chantagens, captura de reféns, etc.
· Sustenta-se no ódio apoiado num fanatismo religioso fundamentalista, num nacionalismo xenófobo ou mesmo em conflitos reais como bandeiras das suas acções violentas (o problema da Palestina, o conflito no Iraque, a política externa americana…).
· Socorre-se não só dos «correios» pessoais mas também dos meios de comunicação de massa para potenciar os efeitos das suas mensagens.



Ambiente



· O desenvolvimento económico tornou-se o objectivo central das políticas dos governos e das sociedades. Mas, pela sua própria natureza, o desenvolvimento económico aumenta a pressão das actividades humanas sobre o solo, as águas, as florestas e outros recursos naturais do planeta. No mundo, tudo está sobre explorado e o equilíbrio ambiental seriamente ameaçado.
· Os acidentes naturais violentos e os indicadores de degradação ambiental trazidos a público pelos investigadores e organizações que trabalham nesta área revelam um quadro deveras sombrio.
· A diminuição da área florestal continua a um ritmo inaceitável.
· Um terço da população mundial vive em países que enfrentam graves problemas de escassez de água potável
· A poluição marinha ameaça a saúde e o ambiente de dois terços da humanidade que vive nas zonas costeiras. Quase 60% dos bancos de pesca estão sobre explorados ou completamente esgotados.
· A concentração de dióxido de carbono e de outros gases nocivos na atmosfera, gerados pelas diferentes fontes de poluição, reduziram a camada de ozono e são responsáveis por fenómenos preocupantes como o efeito de estufa e as chuvas ácidas.
· A produção alimentar mundial continua a aumentar, mas muitas pessoas ainda sofrem de fome e subnutrição.
· O uso de certos produtos químicos pouco biodegradáveis, a pecuária intensiva e as más práticas agrícolas têm conduzido ao empobrecimento dos solos.
· A desertificação afecta um quarto da área terrestre do planeta, enquanto os diversos tipos de poluição se acumulam nos solos, nos lençóis freáticos e na atmosfera.
· Os químicos tóxicos e os resíduos radioactivos continuam a ser importantes ameaças à saúde pública e aos ecossistemas.
· Com efeito, o ambientalismo constitui uma questão incontornável do nosso tempo. Organizações ambientais, partidos políticos (os “Verdes”) e cimeiras internacionais procuram sensibilizar a opinião pública para os perigos que põem em causa a vida na Terra e levam a cabo campanhas de denúncia das agressões à Natureza.
· Organização de encontros de carácter multilateral, tendo em vista a celebração de protocolos de entendimento sobre a necessidade de evitar a crescente destruição do planeta. Foi neste âmbito que decorreu, em 1992, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida por Cimeira da Terra, em que se avançou com um conjunto de propostas tendentes á gestão dos recursos da terra de forma a que a qualidade de vida das gerações futuras não fique comprometida – “desenvolvimento sustentável.
· No mesmo sentido se reuniram os países industrializados, sob a égide das Nações Unidas, em Quioto, em 1997, onde foi discutido e aprovado um protocolo em que os signatários se comprometeram a reduzir os níveis de emissão de gases industriais, tendo em vista combater o aquecimento global do planeta e os consequentes cataclismos naturais.
· Contudo, a globalização económica e a intensificação da concorrência à escala mundial têm servido de pretexto para a recusa dos países industrializados, os principais responsáveis pela poluição, em concretizarem efectivamente os compromissos assumidos quer relativamente ao combate à degradação ambiental nos seus territórios quer ainda na concessão de ajuda aos países pobres.
· Por seu lado, os países menos desenvolvidos têm dificuldades em conciliar, tanto por razões de natureza financeira como cultural, os objectivos de crescimento económico e as preocupações ecológicas. Acresce que o exemplo dos países ricos, e simultaneamente os mais poluidores, dá-lhes um argumento extra para não respeitarem as decisões tomadas nas cimeiras internacionais.
· Torna-se, assim, muito difícil estabelecer consensos capazes de compatibilizar crescimento económico e ecologia e avançar para um “desenvolvimento sustentável”.








AFIRMAÇÃO DO NEOLIBERALISMO E GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA


A crise do Estado-Providência:

- O Estado-Providência afirmou-se a seguir à 2ª Guerra Mundial
- Nos anos 80, em consequência da conjuntura de crise dos anos 70, surgem dificuldades financeiras que põem em causa o carácter social do Estado e impõem políticas neoliberais caracterizadas por um maior pragmatismo político.

Causas da crise do Estado-Providência:
Aumento das despesas públicas e diminuição das receitas dos sistemas de segurança
Diminuição da natalidade e aumento da longevidade dos reformados
Agravamento do desemprego e consequente redução da mão-de-obra contribuinte
Degradação das condições de vida das populações que necessitam de recorrer aos financiamento do Estado.
Crescimento da inflação que impõe aumentos de salários dos servidores do Estado.

A afirmação do Neoliberalismo: Medidas de rigor

Inglaterra – Margaret Theatcher
EUA – Ronald Reagan
Alemanha – Helmut Kohl
- Diminuição da intervenção do Estado na economia
- Valorização da livre iniciativa, da livre concorrência e da competitividade
- Privatização dos serviços públicos
- Política favorável aos empresários pois alivia os impostos e facilita a contratação e o despedimento da mão-de-obra
- Políticas de rigoroso controlo das despesas públicas
- Medidas para estimular o emprego no sector privado
- Redução da inflação através da limitação das emissões monetárias e restrições salariais
- Investimento tecnológico e redução dos entraves alfandegários permitem maior rentabilização minimizando os custos e abrindo mercados

- Afirmação do conceito de “Estado mínimo” – enfraquecimento do Estado do bem-estar social dos países ricos – aumento do fosso que separa os pobres dos ricos, sejam indivíduos, regiões ou nações.

Política neoliberal e Globalização da economia:
- A globalização favorece o neoliberalismo na medida em que estimula a livre circulação das mercadorias e de capitais, contribuindo para a formação de um mercado livre à escala mundial
- As grandes empresas reorganizam-se e assumem estratégias de âmbito planetário
- Empresas transnacionais dispersam as diferentes fases da produção em função das potencialidades económicas oferecidas pelas diversas regiões
- Uniformização do consumo mundial sem respeito pelas particularidades regionais
- A concepção, a produção e a comercialização de bens e serviços, bem como os influxos dos imprescindíveis capitais ultrapassam as fronteiras nacionais e organizam-se à escala planetária, o que é possível com as modernas tecnologias da informação e da comunicação

Os mecanismos da globalização:

- A liberalização das trocas:

- O proteccionismo dá lugar ao livre-câmbio
- O comércio internacional tem um crescimento excepcional devido aos progressos técnicos nos transportes e à criação de mercados comuns (UE, Nafta, Mercosul, Asean, Comesa, etc.)
- A OMC (Organização Mundial de Comércio) entra em vigor em substituição do Gatt (Acordo Geral sobre o Comércio e o Direito Aduaneiro)
- Defende a liberalização das trocas, incentiva a redução dos direitos alfandegários e propõe-se arbitrar os diferendos comerciais entre os Estados- membros, num quadro multilateral.
- A transição para a economia de mercado dos países que nasceram do colapso do bloco soviético e da fragmentação da Jugoslávia, e a abertura económica da China trazem novas potencialidades ao comércio mundial.
- O mundo quase parece um Mercado Comum
- Oferta e procura adquirem um carácter global – oferta de bens e serviços é cada vez mais igual na diversas regiões do planeta devido à uniformidade de gostos culturais fomentada pela publicidade e pelos media
- Os pólos dinamizadores das trocas mundiais são a Europa Ocidental, a região Ásia-Pacífico e a América do Norte (Tríade)

- O movimento de capitais:

- Os capitais são movimentados nas grandes bolsas de valores como as de Nova Iorque, Tóquio, Londres, Singapura
- Um novo conceito de empresa: Firmas da era da globalização, as chamadas multinacionais ou transnacionais
- A lógica da rendibilidade, em momentos de crise ou de diminuição dos lucros, leva as multinacionais a abandonarem certos países
- Deslocalização devido ao menor custo da mão-de-obra
- Desemprego crónico

Críticas à globalização:

- Defensores:

- As medidas tomadas permitiram resolver a gravíssima crise inflacionista dos anos 70, ao mesmo tempo que apreciáveis franjas da humanidade acederam a uma profusão de bens e serviços
-
- Detractores:

- Fosso crescente entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento e nas próprias sociedades desenvolvidas existem casos gritantes de pobreza e exclusão.
- Desemprego incontrolável
- Crescimento frágil com recessões e crashes nas principais bolsas
- Movimento alter-globalista: Fórum Económico Mundial - Porto Alegre (Brasil)
- O desenvolvimento liberal que busca o lucro com avidez, despreza a diversidade cultural, origina conflitos e provoca danos ecológicos
- A alter-globalização contrapõe um projecto de um desenvolvimento equilibrado, que elimine os fossos entre homens e povos, respeite as diferenças, promova a paz e preserve o planeta

RAREFACÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA; DECLÍNIO DO SINDICALISMO E DA MILITÂNCIA POLÍTICA

Rarefacção da classe operária:

- Modernização do sector produtivo – trabalhadores dispensáveis com a automatização
- Declínio dos tradicionais sectores empregadores como os têxteis, extracção mineira, siderurgia
- Políticas neoliberais são favoráveis à flexibilização de salários e dos vínculos laborais e à redução de importância da actividade sindical (despedimentos e novas contratações)
- “Terciarização” da indústria (atenua-se cada vez mais a diferença entre o tradicional empregado de escritório e o trabalhador da linha de montagem)
- Recuo do sector industrial - era pós-industrial

Declínio do sindicalismo:

- Declínio da consciência de classe (competitividade individualista)
- Precariedade das condições de trabalho (flexibilização dos vínculos laborais)
- Alto nível de desemprego (o pleno emprego dá ao emprego, encerramento ou deslocalização de empresas)
- Concorrência dos novos países industrializados com baixos salários (Ásia e Europa Oriental)
- Ascensões ao poder de governos de direita conservadora, consideram excessiva a influência dos sindicatos na sociedade

Declínio da militância política:

- O declínio do sindicalismo está ligado ao declínio da militância política pois traduz uma outra crise que é a do exercício da cidadania nas sociedades democráticas
- Os partidos políticos perdem militantes e mostram pouca eficácia na mobilização das massas
- Os partidos são mais do que locais de reflexão e debate, são empresas ou aparelhos destinados à conquista do poder político
- A ideologia cede lugar ao utilitarismo
- A militância converte-se em carreira
- Os modernos meios de comunicação revelam-se poderosos na conquista do eleitorado
- Desinteresse crescente que os cidadãos manifestam pelos actos eleitorais
- Abstenção é um sintoma de deserção cívica e de desvitalização política
- Novas formas de associativismo ou de militância, que não a política ou a sindical motivam os cidadãos (associações ambientalistas, de luta contra a pobreza, de acolhimento aos refugiados, para integração de imigrantes, para a luta contra a racismo e a xenofobia, para a defesa dos direitos das mulheres e das crianças, para prestação de cuidados de saúde e apoio alimentar, clubes da terceira idade, ligas protectoras dos animais, organizações desportivas, de lazer, de salvaguarda do património...